descobrir algo novo, instigante ou assustador sobre a  humanidade; e o significado simbólico de estar presente, articulando sua fala, seus dados, suas decisões e interpretações dos fatos durante as reuniões da ONU. O último, em especial, teve o poder de inflamar o coração por justiça. A partir dele tivemos coragem de propor mudanças políticas na minha cidade do interior. Então, para além da proposta acadêmica transmitida pelo nosso evento, creio fielmente que o objetivo do Simula Jovem ONU seja muito mais simbólico. Acredito na indignação e senso de justiça dos jovens perante ao mundo que nós apresentamos, sem maquiagens, na ONU. É, hoje, meu dever, enquanto secretário-geral deste evento, inspirar a juventude por mobilização política.

 

A mudança global do clima anuncia sua chegada há décadas. 

 

Entretanto, os verdadeiramente poderosos do mundo teimam em ouvir apenas pela orelha direita, que escuta o mercado. Enquanto silenciam a voz dos cientistas, ambientalistas e povos tradicionais, promovem o negacionismo climático, defendendo seu suposto direito de explorar, moldar e cavar da carne da terra e sangue dos rios. É fato que tal mentalidade é insustentável e predestinada ao fracasso em um planeta de recursos finitos, como o nosso. Além disso, as mazelas do clima que nos foram prometidas décadas atrás, hoje descem do céu como uma realidade tão material quanto tempestades, furacões e ondas de calor devastadoras. É dever histórico da nossa geração combater a lógica predatória do capitalismo que alça seu voo decrépito sobre todas as formas de vida do planeta, inclusive dos próprios capitalistas – os últimos a perceberem que estômago algum digere PIB. Por isso, defronte dos afluentes sociais, ambientais e político-econômicos que decorrem das mudanças climáticas, a ONU aposta todas suas fichas, este ano, na COP-30, a trigésima Conferência das Partes que acontecerá no Brasil, em Belém do Pará. O evento visa discutir com líderes mundiais, cientistas e representantes empresariais e civis os meios de enfrentamento da realidade de crise climática que se instaura no globo. Nesse sentido, é possível apresentar a nona edição do Simula Jovem ONU, uma edição especial onde nos propomos a simular, sob o tema de “Os Caminhos, Descaminhos e Desafios para o Cumprimento da Agenda 2030”, a própria COP 30.

 

Em nosso evento, as Partes discutirão resoluções baseadas no país, movimento social ou empresa que estarão representando. Assim como na COP, elas ficarão em Grupos de Trabalho distintos, atuando mediante os temas e subtemas propostos em cada um deles. No mais, o Simula Jovem ONU continuará seguindo o mesmo modelo de organização, acolhimento e excelência de sempre. Seguimos dispostos com o objetivo pedagógico e simbólico de inflamar mudanças no entendimento dos alunos que se reflitam na realidade social de cada um deles. Se esta simulação existe, é por este motivo. Se insistimos que participe, é porque enxergamos em seus olhos o brilho de mudança da juventude, capaz de transformar o mundo em lugar mais justo, igualitário e sustentável. Enfim, é com imensa alegria que desejo as boas-vindas aos alunos do Colégio Embraer de Botucatu e às escolas convidadas ao Simula Jovem ONU 2025.